Pés ressecados - quais as causas?

As glândulas sebácias, que são responsáveis pela produção de gordura, e sudoríparas, que eliminam o suor, tem o seu funcionamento determinado geneticamente. Geralmente as peles claras e sensíveis fabricam uma quantidade menor, insuficiente de sebo e por isso costumam ser secas.

Diariamente as glândulas sebáceas da pele produzem cerca de 2 gramas de gordura e as glândulas sudoríparas produzem em média 250 a 500 centimetros cúbicos de água (o suor). A mistura destas substâncias formam o manto hidrolípidico, na superfície cutânea, que funciona como uma barreira protetora muito importante contrea as agrssões externas, como: sol, vento, calor, poluição.

Os ambientes  com ar condicionado, por exemplo, fazem a pele perder mais água do que o normal. Sol em excesso, vento e as mudanças bruscas de temperatura causam tambem a perda de água. Um grande vilão, os banhos quentes e frequentes eliminam os óleos superficiais, tornando a pele ressecada.

O manto hidrolipídico acaba sendo removido da pele, com o uso frequente de produtos químicos. Andar descalço por muito tempo, na areia , lajotas quentes das piscinas engrossa a pele e pode causar as rachaduras (fissuras) nos pés.

As regiões  dos pés são mais propenças ao ressecamento porque possuem menor número de glândulas sebáceas consequentemente menos lubrificadas. A pele torna-se ressecada, áspera, sem brilho e com pouca elasticidade dando uma sensação de repuxamento.

Mais espessa e resistente  do que  a de outras áreas do corpo a pele dos pés adquire com mais facilidade as calosidades o calcanhar sofre mais, pois é ele que recebe todo o impacto do corpo.

Por isso é muito importante ter em mente que é preciso cuidar muito bem e com frequencia da hidratação dos pés, da mesma forma que se cuida do resto do corpo. Manter o hábito de beber muita água, usar cremes especificos de hidratação para os pés, visitar periódicamente um profissional da podologia, para cuidados gerais e preventivos trará benefícios não somente para os pés, mas para o corpo todo.

Falta de informação ou falta de cuidados...

Não muito raro encontrar pessoas que por falta de conhecimento, sofram com patologias adquiridas por não saberem como cuidar ou a onde procurar ajuda.

Abaixo destaco um caso tipico desta falta de cuidados aliado à falta de conhecimento, que resultou em um quadro clínico, necessitando da intervenção de um profissional especialista em ortopedia e também a participação da área podológica.

A paciente em questão já não conseguia caminhar sem ajuda de outros e de uma begala. A forma errônea de pisar desencadeou problemas de coluna, alterando postura e causando dores generalizadas.

 O simples hábito de cortar as unhas de forma correta ( sem arredondar ), lixar a região plantar, sem friccionar muito, hidratar os pés, o que pode ser feito na hora do banho com o uso diário de óleo de amendoa,  pode evitar grandes problemas.

Paciente de meia idade, que passou anos sem cuidar dos pés por achar que era algo que não tinha solução.

Prevenção - a melhor forma de cuidar

Alguns detalhes que podem ser primordiais para curar os problemas de unhas encravadas, principalmente aquelas que sangram, chegam a infeccionar e que doem muito devem ser observados pelas pessoas que adquirem encravamento de unha em decorrência do uso de calçados e meias  inadequados. As mulheres que costumam usar calçados sociais, têm maior probabilidade de adquirir essa patologia, pois mantêm os pés confinados em sapatos apertados, de saltos demasiadamente altos, mantendo sob pressão constante as estruturas musculares e ósseas dos dedos dos pés as vezes até mais de 10 horas por dia.

Para causar este problema não precisa necessariamente ser afilado ou de salto fino, basta que seja inadequado e que uma mínima carga de pressão, contínua e constante ocorra.

Profissionais que precisam andar muito, como os vendedores externos, cobradores, office boys, carteiros e outros, são candidatos a adquirir o problema.

Uso constante de certos tipos de tênis ou de calçados folgados demais provoca o que se chama de LER (lesão por esforço repetitivo), produzindo o atrito gerando calor e compressão ungueal que por sua vez gera as terríveis unhas encravadas inciando quadros inflamatórios e piogênicos (acumulo de pus).

Não é raro muitas pessoas receberem o atendimento podológico, resolverem o problema e algum tempo depois perceberem que a mesma patologia volta a se manifestar. Chegam a duvidar que o atendimento foi adequado. Mas o que elas não percebem é que se elas não se conscientizarem de que também precisam mudar seus hábitos, como escolher calçados adequados, adotar forma correta de cortar as unhas, higiene, mesmo uma vez sanando o problema, ele retornará.

Muitas pessoas livres do quadro doloroso e desconfortável desencadeado pela patologia, retornam aos hábitos anteriores,  inevitavelmente voltam a adquirir o problema.

Os imediatistas desejam uma solução pronta para um problema que depende de regeneração orgânica e da manifestação espontânea do corpo e que nem sempre é rápido.

O podólogo deve alertar o paciente de que é muito importante a participação dele no processo. Muitas vezes, o simples fato de mudar seus hábitos é suficiente para se ver livre do problema, o que é melhor sem grandes sacrifícios e a um  custo bem  menor.            

                                            Paciente com encravamento  associado à micose